#DesejoDeSerMãe – Pesquisa global realizada pela farmacêutica
Bayer aponta que 72% das mulheres não querem ter filhos. Em nível nacional, em
parceria com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia, o estudo
indica que 37% das mulheres brasileiras não desejam ser mães.
Desde 2016, cresce aceleradamente a quantidade de
mulheres que não querem filhos. No Brasil, existe até o grupo “Geração NoMo”, que
discute essa decisão, com afirmativas de que nos dias atuais não é fácil manter
uma criança por conta do alto custo, da falta de tempo, de não se sentir neste
“lugar de mãe”, enfim, de não ser alguém que sempre teve vontade de ter filhos.
Afinal, vontade ou disponibilidade não é só pôr o filho no mundo e dar para
babá ou uma instituição criar.
Muitas mulheres consideram a maternidade um
desafio, porque priorizam a profissionalização, a fim de conquistar a merecida
estabilidade financeira (neste caso, ao atingir o objetivo, a idade acaba não
permitindo a maternidade). Existe, também uma parcela considerável que afirma
não possuir o instinto maternal, justificando que, regra geral, essa condição
tem como origem a imposição da sociedade, passada pelas gerações.
A antropóloga Mirian Goldenberg constata que as
mulheres são muito mais preconceituosas que os homens, patrulhando aquelas que
fazem escolhas diferentes do modelo tradicional mãe/esposa. “Toda mulher nasceu
para ser mãe; você não vai ter a experiência mais importante da vida de uma
mulher; ninguém vai cuidar de você na velhice; você vai ser uma idosa triste e
abandonada”. São afirmações que as mulheres direcionam àquelas que optaram por não
ser mães.
Apesar de a maternidade ser uma tradição, é
fundamental entender as transformações a que a humanidade se submete, sem
intolerância, preconceito e patrulhamento contra a legítimas individualidade e
diversidade dos seres humanos. Mas, é evidente que a não fertilização traz
muitas preocupações, como observamos em países europeus e asiáticos, onde há população
envelhecida, cidades desabitadas e o cruel desequilíbrio nos fundos
previdenciários. O Brasil percorre caminho idêntico.
As inúmeras mudanças e transições estão acontecendo
com a celeridade que antigamente não tínhamos. Portanto, com respeito e
responsabilidade, precisamos compartilhá-las. Caso contrário ficaremos
debatendo sem razão e integralmente fora da curva. Vida que segue... #NovasDecisões
(Imagem: https://50shadesofnessy.blogs.sapo.pt/)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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