Sou descendente de imigrantes japoneses, que vieram de um país de reduzida
dimensão territorial, super-habitado, sem recursos naturais e atingido por
constantes terremotos, maremotos, tufões e tsunamis, entre outras adversidades.
Este fato reforça minha convicção sobre a importância da prevenção.
Providência,
cautela, cuidado, diligência, precaução, presciência, previdência, prudência e
medida são alguns dos sinônimos da palavra prevenção. Como no ditado popular, “é
melhor prevenir do que remediar”. Numa citação mais elaborada, como a do
pensador Jader Amadi, “a prevenção é importante não só na saúde física, mas
também nos pensamentos que são causadores de nossos males e no próximo”.
No Brasil
fantástico e abençoado por Deus, a consciência sobre a prevenção acaba
diminuída. Não somos perfeitos e acabamos cometendo erros. Assim é com pessoas
e serviços públicos. É comum a gente transferir responsabilidades aos outros
sem assumir que causou acontecimentos negativos nem manifestar arrependimento. “Caramba,
essa comida me deu dor de estômago; estava estragada!” (sem se dar conta de que
comeu demais). “Poxa vida, estava atrasado e o cara ainda bateu no meu carro!”
(sem avaliar que poderia ter saído de casa dez minutos antes). “Fulano está p.
da vida comigo!” (sem perceber o quanto magoou com suas palavras).
O mais grave é a
ausência de prevenção em políticas públicas. Vejam a alta
repentina dos preços dos alimentos, principalmente do arroz. É a consequência
final de atitudes irresponsáveis dos governos Dilma, Temer e Bolsonaro, que
ocasionaram o desmonte dos armazéns gerais para formação de estoques públicos
estratégicos de alimentos. Se estivessem operando adequadamente, sob supervisão
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subordinada ao Ministério da
Agricultura, os produtos seguiriam para o mercado, ampliando a oferta freando a
escalada de preços.
Como podemos melhorar e aumentar o sentimento de prevenção em relação a nós mesmos e ao próximo? São muitas respostas. Sem ser pretensioso, digo uma. Entendo que, além dos ensinamentos de ordem espiritual, a educação familiar e escolar, desde a infância, é fundamental. Não temos o direito de abusar e temos o sagrado dever de conhecer e proteger os privilégios que o Brasil nos proporciona.
Apesar da dádiva da
natureza, com potencialidades gigantescas em relação, ao solo, ao clima, às
fontes hídricas e sem adversidades naturais, nada é infinito. Tudo se desgasta,
diminui e acaba um dia. É preciso se conscientizar de que os males são reflexos
de abusos praticados pelo ser humano.
Nada avança
positivamente sem união. Cabe às autoridades, com apoio da sociedade civil, lideranças
e população, implementarem políticas públicas adequadas e agirem
permanentemente para melhorar a consciência e o dever geral de prevenção.
#PrevençãoSempre
Junji Abe, produtor e líder rural, é
ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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