sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Valor da prevenção


Sou descendente de imigrantes japoneses, que vieram de um país de reduzida dimensão territorial, super-habitado, sem recursos naturais e atingido por constantes terremotos, maremotos, tufões e tsunamis, entre outras adversidades. Este fato reforça minha convicção sobre a importância da prevenção.

 

Providência, cautela, cuidado, diligência, precaução, presciência, previdência, prudência e medida são alguns dos sinônimos da palavra prevenção. Como no ditado popular, “é melhor prevenir do que remediar”. Numa citação mais elaborada, como a do pensador Jader Amadi, “a prevenção é importante não só na saúde física, mas também nos pensamentos que são causadores de nossos males e no próximo”.

 

No Brasil fantástico e abençoado por Deus, a consciência sobre a prevenção acaba diminuída. Não somos perfeitos e acabamos cometendo erros. Assim é com pessoas e serviços públicos. É comum a gente transferir responsabilidades aos outros sem assumir que causou acontecimentos negativos nem manifestar arrependimento. “Caramba, essa comida me deu dor de estômago; estava estragada!” (sem se dar conta de que comeu demais). “Poxa vida, estava atrasado e o cara ainda bateu no meu carro!” (sem avaliar que poderia ter saído de casa dez minutos antes). “Fulano está p. da vida comigo!” (sem perceber o quanto magoou com suas palavras).  

 

O mais grave é a ausência de prevenção em políticas públicas. Vejam a alta repentina dos preços dos alimentos, principalmente do arroz. É a consequência final de atitudes irresponsáveis dos governos Dilma, Temer e Bolsonaro, que ocasionaram o desmonte dos armazéns gerais para formação de estoques públicos estratégicos de alimentos. Se estivessem operando adequadamente, sob supervisão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subordinada ao Ministério da Agricultura, os produtos seguiriam para o mercado, ampliando a oferta freando a escalada de preços.  

 

Como podemos melhorar e aumentar o sentimento de prevenção em relação a nós mesmos e ao próximo? São muitas respostas. Sem ser pretensioso, digo uma. Entendo que, além dos ensinamentos de ordem espiritual, a educação familiar e escolar, desde a infância, é fundamental. Não temos o direito de abusar e temos o sagrado dever de conhecer e proteger os privilégios que o Brasil nos proporciona.

 

Apesar da dádiva da natureza, com potencialidades gigantescas em relação, ao solo, ao clima, às fontes hídricas e sem adversidades naturais, nada é infinito. Tudo se desgasta, diminui e acaba um dia. É preciso se conscientizar de que os males são reflexos de abusos praticados pelo ser humano.

 


Nada avança positivamente sem união. Cabe às autoridades, com apoio da sociedade civil, lideranças e população, implementarem políticas públicas adequadas e agirem permanentemente para melhorar a consciência e o dever geral de prevenção. #PrevençãoSempre

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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