terça-feira, 29 de setembro de 2020

Educação é prioridade

Por tradição familiar e consciência cívica, sou entusiasta da  educação de qualidade em todos os sentidos, principalmente como instrumento maior no combate às desigualdades sociais. Transcrevo duas histórias reais, emocionantes, de pais e mães extremamente pobres, dotados de uma extraordinária consciência sobre a importância da educação: “Duas cabanas, um mesmo compromisso com a educação”, de autoria do jornalista Rodrigo Hübner Mendes (https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/rodrigo-mendes/2020/09/04/duas-cabanas-um-mesmo-compromisso-com-a-educacao.htm

“De  duas pequenas cidades nos extremos do Brasil, vem uma demonstração tocante de superação e de busca por uma vida melhor por meio da educação. 

Em Estrela Velha, na região central do Rio Grande do Sul, a escola estadual local decidiu voltar às aulas, depois da paralisação imposta pela pandemia. Os alunos receberiam material impresso em suas casas e assistiriam às aulas por meio da plataforma Google Classroom. Para os poucos menos de 400 alunos do pequeno município de 3,6 mil habitantes, a solução parecia adequada. Mas, para o estudante Alan Somavilla, as coisas não seriam tão fáceis. 

O primeiro obstáculo: a família não tinha sequer um computador em casa para acessar a internet. Também não tinha recursos para comprar um. O pai de Alan, Odilésio, resolveu o problema como estava a seu alcance – comprou um celular usado e instalou um plano de dados de R$ 40,00 para que o garoto de 11 anos pudesse acompanhar a escola. Aí apareceu mais um problema – o sinal de internet na casa dos Somavilla era muito fraco. Seu Odilésio não teve dúvida – saiu caminhando pela pequena chácara até encontrar um lugar que a recepção fosse melhor. Quando encontrou o ponto, construiu ali uma cabana de madeira e lona plástica e fez dela uma pequena sala de estudos para o filho. Diariamente, o jovem Alan vai à cabana e assiste às aulas. 

Algo semelhante aconteceu com a família Sobral, que mora na zona rural de Olho D’Água, no Piauí. A escola local decidiu reiniciar as atividades via internet. Tal como no caso de Alan, a família do adolescente José Caíque, estudante do 7º ano, não tinha como propiciar a ele um computador. E sua casa, distante do centro da cidade, não tinha sinal de internet suficiente para que assistisse às aulas em vídeo. Para ter acesso à rede, a família valeu-se do celular de uma tia de Caíque, que se prontificou a ceder o equipamento ao garoto. E como resolver o problema do sinal? Senhor Francisco, pai do jovem, saiu caminhando pela região até encontrar um lugar, a 500 metros da casa, em que havia sinal. Ali, construiu uma tenda de madeira e cobertura de folhas de palmeira, aonde diariamente o José Caíque vai, de bicicleta, acompanhar as aulas remotas. Segundo o pai, as dificuldades foram de um incentivo a mais para o filho Caíque, que agora estuda com dedicação redobrada”. 



São dois casos que mostram o imenso potencial do nosso Brasil,  muitas vezes, abafado pela extrema pobreza e desigualdade socioeconômica. Isto nos impede até de conhecer talentos incríveis, como os de Alan e Caíque. São jovens que merecem oportunidades para que possam alcançar o seu melhor por meio da educação. #ForçaJuventude

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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