terça-feira, 14 de junho de 2022

Martírio da mulher

 

#MulherNoTalibã – Assédios, estupros, feminicídios e toda forma de violência que agride a sublime figura da mulher são ações criminosas revoltantes. Porém, aumenta a inquietação diante do martírio imposto às mulheres no Afeganistão desde 15 de agosto de 2021, quando o país caiu nas mãos do regime Talibã, em razão de as forças militares americanas terem deixado a região após 20 anos de ocupação. O grupo fundamentalista islâmico tomou o controle integral do Afeganistão, deflagrando medidas abomináveis contra as mulheres.

 

Segundo especialistas, as regras islâmicas aplicadas pelo Talibã excluem qualquer desvio da ortodoxia (crenças e preceitos). Seu código penal impõe castigos físicos que remontam à Idade Média. As mulheres estão proibidas de pisar em espaço público e, quando têm acesso permitido, são obrigadas a cobrir totalmente o corpo, da cabeça aos pés. Também são vetados a elas o trabalho profissional, a música e qualquer outro entretenimento.

 

Para as mulheres do Afeganistão, desde meninas, essa é a terrível verdade, apesar de lideranças talibãs afirmarem que “não querem que as mulheres sejam vítimas”. A proibição da educação feminina em todos os níveis é outra cruel realidade. Há multas para famílias que deixam suas filhas saírem de casa.

 

De acordo com lideranças femininas que se opõem às regras fundamentalistas do Talibã, as medidas diplomáticas anunciadas foram somente para “inglês ver”. Perdura proibição total às legítimas conquistas da sociedade afegã, ao longo dos últimos 20 anos.

 

Há ainda o casamento forçado de meninas. Isso demonstra que o Talibã segue as desumanas regras com fundamento na fidelidade ao radicalismo islâmico, extinguindo por completo os benefícios que as mulheres conquistaram em duas décadas de luta.

O desabafo da jovem afegã de 27 anos, prefeita de Zarifa Ghafari, Maidan Shahr, diz tudo: “Estou sentada aqui, com a minha família e meu marido, esperando eles chegarem. Não tem ninguém que possa ajudar a mim ou a minha família. Eles virão atrás de pessoas como eu e me matarão. Não posso deixar minha família. Mas, para onde eu iria?” (https://planetafolha.com.br/noticias/estou-sentada-aqui-esperando-eles-chegarem-diz-prefeita-afega-que-teme-morrer-nas-maos-do-taliba/)

 

Diante de tantas atrocidades, cada vez mais me convenço do quão maravilhoso é o nosso Brasil! Precisamos preservar esse precioso regime democrático, alicerçado na liberdade garantida pela Constituição Federal, ainda que ele não seja ideal. #VivaADemocracia #VivaALiberdade

 


(Foto: Saeed Ali Achakzai / Reuters)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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