sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Cantinho da Disciplina

 

#Aprendizado – Enquanto pais ou avós, estamos sempre preocupados com o desenvolvimento escolar dos filhos ou netos, da infância à formação superior. Nossa preocupação não cessa. São reflexos inerentes à unidade familiar e ao amor. E é muito saudável!

 

Há décadas, no meu tempo de grupo escolar, o castigo, normalmente, era ficar em pé num canto da classe, até o término da aula, o conhecido “cantinho da disciplina”. Os tempos são outros, com novas fórmulas. Porém, os educadores reconhecem que o cantinho da disciplina continua. Afirmam os educadores que cabe uma análise do papel que cumprem na formação das personalidades das crianças e jovens, com o seu trabalho, no sentido de uma reflexão sobre os resultados.

 

Permeia uma dúvida recorrente de pais e educadores sobre em que circunstância deve-se usar os castigos como estratégia para disciplinar as crianças. Os pequenos aprendem o que pode e o que não pode ser feito, caso os castigos sejam aplicados, quando não há obediência? É correto colocar no cantinho da disciplina?

 


A pesquisa demonstra que, nos dias de hoje, na educação infantil, a criança iniciante é aquela que reina sozinha ou está prestes a ganhar seu primeiro irmãozinho. Ou seja, está às vésperas de perder seu trono. Apesar do filho único não ser problema, a experiência do compartilhar e do ceder, na maioria dos casos, produz frustração que pode mudar o sentido comportamental da criança.

 

A criança que não vivencia limites certamente levará mais tempo para vencer e superar seu egocentrismo. Portanto, castigar ou punir causa sofrimento e revolta e não necessariamente correção ou construção. A busca da restauração ou da sanção por reciprocidade dá muito mais resultado que a punição. Por exemplo, se a criança quebra ou estraga algo é interessante convidá-la a reparar ou a participar da reparação.

 

Mesmo diante de um desentendimento ou briga, são fundamentais a mediação e o diálogo. Não é com o castigo que a criança aprende, mas sim, com a qualidade das relações estabelecidas pelo diálogo, buscando o esclarecimento e o aprendizado.

 

Vivemos num ambiente extremamente violento, com pessoas profundamente magoadas e rancorosas. Vejam o ex-aluno, altamente bagunceiro, Henrique Marcos Rodrigues, que por vingança aos castigos recebidos, assassinou a facadas a professora Cleide Aparecida dos Santos (60), que atuava na rede estadual de Goiás desde 1985 e trabalhava como educadora de apoio no Centro de Ensino em Período Integral Horácio Antonio de Paula, no município de Inhumas (GO):

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/08/24/professora-morta-ex-aluno.htm #CantinhoDaDisciplina #MaisDiálogo

 

(Foto: Getty Images / BBC News Brasil)


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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