terça-feira, 29 de novembro de 2022

Questão de vontade política

 

#EscravidãoModerna – Apesar de estarmos no século XXI, infelizmente, alguns princípios abomináveis que permeiam a humanidade não mudaram desde o tempo das cavernas. Refiro-me à vassalagem, servilismo, escravidão ou submissão a um déspota ou tirano. Após pesquisa, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) afirma que “50 milhões de pessoas são vítimas da escravidão moderna”, ou seja, submetem-se às condições de trabalhos análogas à escravidão. Isso ocorre em todos os continentes.

 

A longa pandemia ocasionou um salto enorme nessa condição deplorável, notadamente nos últimos 3 anos: mais 10 milhões de pessoas. Isso amplia a turbulência social, com o aprofundamento da exploração humana. 

 


Crianças e mulheres são as maiores vítimas das condições de trabalho análogas à escravidão. No caso das mulheres, o casamento forçado é uma das medidas mais utilizadas na exploração humana, representando 65%, em especial, nos países da Ásia e Oriente Médio.

 

Na pesquisa da OIT, aparecem como responsáveis o setor privado, com 86% das ocorrências, e o setor público, com 14%. As atividades mais destacadas são a construção civil, manufatura (costura) e agricultura, com os imigrantes representando 30% das vítimas da exploração humana. Numa visão macro, a submissão humana acontece em índices assombrosos, nos países subdesenvolvidos seguidos dos emergentes.

 

Analisando o Brasil, constata-se que em todos os estados da federação há, além das condições de trabalho análogas à escravidão, a própria nação como vítima flagrante de submissões, em razão da péssima qualidade educacional do povo. Isso acarreta imensos atrasos nos campos da pesquisa, da ciência, da tecnologia e da inovação, impedindo a competitividade.

 

Assim, imperceptivelmente, estamos escravos dos países desenvolvidos, que inundam nosso mercado com uma infinidade de produtos, desde aqueles com alta tecnologia até os chamados de R$ 1,99, com baixa qualidade e preços. Nações como a Finlândia, Coréia do Sul, Japão, China, EUA e Rússia, entre outras, sepultam nosso empreendedorismo, esmagam nossos empregos, receitas e rendas.    

 

Cabe à sociedade encampar com urgência uma campanha nacional para exigir de governantes e autoridades públicas uma política de desenvolvimento sustentável, alicerçada no ensino de qualidade e capacitação profissional, visando a melhoria da competitividade dos empreendedores e trabalhadores, e, acima de tudo, na concretização das atrasadíssimas reformas de ordem tributária, administrativa e política, entre outras.

 

Se as ações forem bem-sucedidas, ninguém segura o Brasil! Temos o que outras nações não possuem, como a gigantesca dimensão territorial, o clima e força hídrica inigualáveis. São o suporte básico para um crescimento real, apropriado e digno, capaz de rechaçar a escravidão humana e às submissões multilaterais em relação aos países superdesenvolvidos e poderosos. #QuestãoDeVontadePolítica

 

(Imagem: Reprodução Al Jazeera)

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

 

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