#DuraRealidade – Comento o preço da gasolina não
apenas porque tenho carro, mas em razão dos custos dos combustíveis influenciarem
todas as atividades e classes sociais. Claro que isso não causa danos para os mais
abastados. Porém, para as famílias pobres, mesmo sem terem veículos, a vida se
torna insuportável.
Mesmo após a Petrobras reduzir os preços dos
combustíveis, a gasolina fica mais cara, sendo difícil entender. Inúmeros
componentes influem nos preços dos combustíveis, como a cotação do dólar;
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), diferente de estado
para estado; inflação com índices altos e baixos; Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), que decide o nível de produção mundial; o
preço do barril de petróleo; o preço do etanol cuja mistura na gasolina é de
27%; etc.
Conforme os economistas, até a relação preço/local
reflete no preço dos combustíveis. Por exemplo, em regiões mais nobres, os
custos de manutenção do terreno, os preços dos aluguéis, salário dos
funcionários e impostos proporcionam a diferença de preços, além da logística,
o transporte e a concorrência entre os postos.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) afirma que a instituição
não fiscaliza e nem impõe preços dos combustíveis no varejo. Cabe aos
revendedores do varejo a fixação do preço, conforme desejarem. Porém, sabemos
que a política de preços determinada pela Petrobras tem tudo a ver. É uma
empresa de capital aberto, que tem o governo brasileiro como seu maior
acionista. Sem concorrentes, distribui os combustíveis aos revendedores no País
inteiro.
Resta aos consumidores pesquisarem pelos postos o
preço mais barato. Mas, com total cautela, porque está comprovado que existem
estabelecimentos misturando produtos impróprios e adulterando a qualidade da
gasolina para venderem por valores extremamente chamativos.
A realização de testes de qualidade, assim como de
volumetria da bomba (se a quantidade de volume registrada na bomba é real), são
de responsabilidade da ANP, porém, os fiscais somente aparecem quando se
registra uma denúncia oficial.
No frigir dos ovos, como sempre, cabe a nós,
consumidores de combustíveis, enfrentarmos as flutuações de preços num País que
se declara autossuficiente na produção do petróleo, por meio da Petrobrás. A empresa
tem despesas gigantescas. Por exemplo, o presidente da companhia tem um salário
mensal de R$ 116.800,00 (2022), mais 100% como adicional de férias e 13º
salário integral, além de outros benefícios. #DramaDaGasolina
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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