#ValoresPerdidos – Ao longo da minha caminhada,
aprendi o quanto o passado é importante. Dos preciosos legados recebidos dos
pais e avós, passando pelos bancos escolares e pelas próprias experiências, sei
que o passado alicerça o presente e o futuro. Tudo é uma lição de vida!
Como me considero eclético, aceito as céleres
mudanças de conduta e hábito que vão transformando a sociedade. Porém, tenho
consciência dos avanços saudáveis e desprezo as transformações que agridem o
passado riquíssimo que recebemos como legado.
As modificações pela modernidade são uma realidade.
A cultura e o hábito da leitura, que são superimportantes, vêm sendo
transferidas para que aplicativos de inteligência artificial façam as leituras
para crianças, jovens e adultos. É uma enorme preocupação, visto que sou adepto
intransigente da valorização da educação do lar (familiar) e do ensino público
de qualidade.
Investiram-se bilhões de dólares nos aplicativos e
tudo indica que o sucesso está garantido. Nas escolas, as aulas de escrita começam
a ser substituídas pelo aplicativo ChatGPT que está apto a produzir qualquer
tipo de texto, incluindo poesias, roteiros de cinema ou de TV. Aliás, semanas
atrás o rapper Drake teve sua música e voz plagiados por inteligência
artificial. O robô ChatGPT lê bilhões de textos e, instantaneamente, aprende a
escrever. Meta impossível para o ser humano.
No ambiente escolar, os educadores estão
apreensivos, visto que a prática de elaborar textos tem sido o principal fator
de avaliação dos estudantes. As teses universitárias, ainda que sejam lidas por
poucas pessoas, funcionam como selo de garantia da instituição, servindo de
lastro ao título acadêmico. “Como manter esse status, caso os robôs se tornem autores
ou coautores desses trabalhos?”, questionam educadores. Na prática, muitos
alunos já perderam a habilidade de escrever e ler. Segundo especialistas, o
fato é constatado “na leitura de redações de concursos públicos, de
vestibulares e nos exames do Enem, com garranchos inelegíveis e total
desconhecimento dos princípios da divisão silábica”.
Ao abandonar a habilidade de escrever e ler textos,
substituídos pelos robôs, perdemos nossa individualidade que é o sustentáculo
da humanidade. Diante da alta capacidade dos aplicativos de inteligência
artificial de produzir conteúdos diversos sem falhas, a sociedade,
imperceptivelmente, está eliminando valores éticos e individuais, em nome de
que o que importa é escrever “o certo”.
A inteligência artificial é invenção de pessoas com
mentes privilegiadas. Os avanços são necessários, mas jamais podemos perder o
controle das evoluções tecnológicas. Cabe aos seres humanos comandarem a
inteligência artificial em benefício da humanidade. E não o contrário. #HumanidadeNoControle
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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