sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Alerta nem-nem!

 

#SituaçãoPreocupante - O Brasil é o 4º país com maior proporção de jovens que não trabalham e nem estudam. São os chamados nem-nem. O relatório Education at a Glance 2025, divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que 24% dos jovens de 18 a 24 anos estavam nessa situação em 2024. Apenas Colômbia (27%), Costa Rica (31%) e África do Sul (48%) possuem taxas maiores que a do Brasil. Já Islândia e Holanda são os países com a menor proporção, com apenas 5% dos jovens sem objetivos.

 

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apesar da péssima situação, o relatório demonstra que o Brasil tem conseguido avançar nos últimos anos. Em 2019, 30% dos jovens dessa faixa etária não estudavam e nem trabalhavam. Segundo a             OCDE, o pequeno recuo resulta de gestões públicas que têm apoiado a transição dos jovens para o trabalho ou educação. O documento destaca a enorme desigualdade de gêneros no Brasil. A situação de desinteresse no estudo e no trabalho atinge 29% das mulheres contra 19% dos homens, enquanto a média nos demais países membros da OCDE tem proporção igualitária.

 

O relatório analisa anualmente uma série de indicadores educacionais de 38 nações. Infelizmente, Brasil, Argentina, Bulgária, China, Croácia, Índia, Indonésia, Peru, Romênia, Arábia Saudita e África do Sul não são membros. A etapa da vida que vai de 18 a 24 anos é considerada a transição da educação para o mundo do trabalho, ou seja, quando os jovens deveriam cursar uma graduação ou curso técnico para conseguir um emprego. Por isso, é tão importante os governantes priorizarem políticas de apoio para essa faixa etária.

 

Estar fora do mercado de trabalho por um período prolongado reduz as oportunidades de adquirir experiência profissional e desenvolver habilidades interpessoais essenciais, tornando cada vez mais difícil a obtenção de emprego. O ciclo de experiência limitada e desemprego prolongado podem levar à exclusão social e do mercado de trabalho, especialmente para os jovens com níveis baixos de escolaridade ou qualificação profissional. Além das implicações econômicas, a OCDE destaca no relatório que essa situação pode ter efeitos psicológicos prejudiciais, como aumento de desânimo, depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental.

 

Reitero o constante apelo para os governantes deste imenso País investirem prioritária e maciçamente em ensino público de qualidade, com período integral de 8 horas diárias. Somente dessa forma faremos jus ao Brasil fantástico e ao povo cordial e hospitaleiro, priorizando a justiça social na integralidade. #AlertaNem-Nem

 

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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