#SaneamentoBásico – Uma das piores consequências da
gigantesca diferença social no Brasil é a ausência de saneamento básico para a
maior parte dos brasileiros. 83,1% da população tem acesso à água tratada,
55,2% tem coleta de esgoto e somente 40% do esgoto recolhido é tratado, segundo
o Instituto Trata Brasil (ITB).
Apesar da pequena melhora na coleta de esgoto entre
2019 e 2023, houve um retrocesso no atendimento com água tratada nesse período
e o ritmo de investimentos tem sido insuficiente para atingir as metas do Marco
Legal do Saneamento até 2033 (estabelecido em 2020). A nova meta indica a
universalização apenas para 2066 ou 2070, além das grandes desigualdades
regionais.
O ITB mostra que universalizar o acesso ao
saneamento básico geraria uma economia anual de R$ 25 bilhões em gastos com a
saúde. A melhoria teria um impacto de mais de R$ 1,5 trilhão em diferentes
setores da economia, incluindo R$ 815 bilhões em valores líquidos, já
descontados os custos dos investimentos, até 2040.
Em 2024, o País registrou 344 mil internações
causadas por doenças relacionadas ao saneamento inadequado, que custaram R$ 175
milhões aos cofres públicos. Desse universo, crianças de 0 a 4 anos e idosos
representaram 43,5% das hospitalizações por diarreia, hepatite A e
leptospirose. Até a cólera, que pode ser fatal e estava erradicada no Brasil há
18 anos, reapareceu.
Segundo Luana Pretto, presidente executiva do ITB,
a entrada em vigor do novo marco legal, de 2021 a 2040, ampliou a participação
da iniciativa privada e criou regras mais rígidas de regulação e fiscalização.
Proporcionou redução de custos com tratamento de saúde, aumento da produtividade
do trabalho, valorização imobiliária, geração de empregos e renda e turismo
(exemplo: praias mais limpas).
A Associação e Sindicato das Concessionárias
Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon e Sindcon) informa que
mais de 6,3 milhões de novos domicílios passaram a contar com água tratada e
mais de 6,1 milhões foram conectados à rede de esgoto. Significa 85,9% da
população com acesso à água tratada e 69,9% com coleta de esgoto.
Estudo recente da entidade aponta que o avanço do
saneamento já movimenta a economia, com crescimento de 20,9% no número de
empregos formais. Na construção civil voltada ao setor, o incremento foi de
17,5%, totalizando R$ 10,8 bilhões. De 2020 a 2023, foram investidos R$ 84
bilhões com a realização de 60 leilões que resultaram em R$ 181,6 bilhões em
contratos até neste ano, que deverão beneficiar 74 milhões de pessoas direta ou
indiretamente. Houve ainda um salto expressivo da indústria nacional ligada ao
saneamento, com a produção de máquinas, equipamentos e materiais específicos
com expansão de 97,7% em termos reais, atingindo R$ 2,6 bilhões em 2022.
São números e mais números comprovando o quanto é vital
para o Brasil avançar no saneamento básico, destacando que o mais importante é
a população com uma vida mais saudável. #VidaMaisSaudável
 
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
 

 
 
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