#EmFamília – Desde a pré-história, remontando ao
tempo das cavernas, com ambiente extremamente hostil, rodeado de predadores e
intempéries, coube ao ser humano lograr êxito com o estabelecimento de núcleos
familiares. Em boa hora, essa história é estampada na Coluna VivaBem Uol, por
meio de Gabriele Maciel, sob o título – “Cada
vez mais pessoas rompem com a família: Laço sanguíneo é insignificante”.
Os imigrantes italianos, espanhóis, árabes e
japoneses, dentre outros, quando chegavam ao Brasil, de 1860 a 1940, uniam-se e
fundavam associações para, juntos, defenderem-se mutuamente das adversidades.
Falo com conhecimento de causa, por ser brasileiro descendente de pais e avós
japoneses. A unidade familiar robustece os sentimentos de apoio, afeto e
segurança, além de embasar o êxito de entidades associativas. Uma pena que as
transformações da sociedade fragilizem a unidade familiar. Mas, precisamos
compreender as mudanças enfrentadas.
Pesquisa realizada pelo professor Karl Andrew
Pillemer, da Universidade de Cornell, nos EUA, publicada em 2020 no livro –
Fault Lines: Fractured Families and How the Mend Them – destaca que 65 milhões
de americanos se distanciaram de familiares, em busca de liberdade, para fugir
de relações tóxicas ou perseguindo amparo emocional. É um retrato muito
semelhante com os acontecimentos que envolvem as famílias brasileiras.
Larissa Alves Teixeira Castelo, especialista em
terapia sistêmica familiar e pesquisadora do Laboratório de Estudos Sociais de
Casais, Família e Comunidade da Universidade de Fortaleza/Ceará afirma que,
antigamente, havia o pensamento de que a família era algo sagrado e estava
acima de qualquer coisa. Hoje, entende-se que as escolhas individuais devem ser
consideradas.
A análise demonstra que “o afastamento familiar
decorre principalmente dessa intransigência de aceitar o outro como ele é, com
suas escolhas pessoais, por religião e até por afinidade ou escolha de ordem
política”. Estudos revelam a desconstrução da hierarquia familiar que existia
antigamente, com os poderes nos ditos chefes de família. Hoje, as relações são
mais horizontais e o jovem sente-se mais à vontade para contrariar os pais.
Essa mudança é considerada muito positiva, gerando equilíbrio nas relações e diminuição
de violência, tanto verbal quanto física.
Em síntese, creio ser fundamental reconhecermos que
as pessoas nascem com personalidades diferentes. Portanto, a aceitação e até o
perdão são essenciais e altamente relevantes na preservação da harmonia,
respeito, tranquilidade, paz e amor familiar. #AcimaDasDiferenças
Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das
Cruzes, na Grande São Paulo
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