sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Educação Integral Já!

 

#FuturoMelhor – Sempre comento muito sobre nossa gigantesca desigualdade social. É um mal secular do Brasil. Segundo a FAO/ONU, em 2020/2021/2022, 61,3 milhões de brasileiros sofreram insegurança alimentar. A angústia aumenta diante da comprovação de que crianças vivem a total ausência de esperança num futuro promissor ou estável, apesar de termos um país maravilhoso e abençoado por Deus.

 

Estudo inédito mostra que metade dos filhos de pais, que estão entre os 20% mais pobres do Brasil, permanece nesse mesmo grupo de renda quando se tornam adultos. Entre os que conseguem escapar da pobreza, o índice de melhora de vida é extremamente reduzido: só 2,5% conseguem atingir posições compatíveis dentro da estrutura social e de renda em uma única geração. É um dos menores índices, comparativamente aos países mais desenvolvidos. Quando são mulheres, negros e pardos, as chances de saírem da pobreza é quase nula, ainda mais se são jovens que moram nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

 

O economista Breno Sampaio afirma: “Somos uma sociedade bastante desigual em termos de oportunidades. O esforço não significa sucesso”. Ele fez estudos baseados no Censo Demográfico, Relação Anual de Informações da Receita Federal (Rais), Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e o Cadastro Único de Programas Sociais (Cups). As pesquisas envolvem filhos de famílias pobres, de 25 a 31 anos de idade, com total ausência de uma vida digna, não se tratando de uma projeção para crianças de hoje com futuros ainda mais nebulosos, em razão da concorrência global.

 

As pesquisas mostram que os jovens de famílias ricas permanecem ricos, enquanto os de famílias pobres continuam pobres, sem oportunidades e perspectivas de um futuro digno, reforçando o índice de que somente 2,5% dos filhos de famílias pobres possuem alguma chance de um futuro melhor. São quase nulas (0,02%) as chances de se tornarem engenheiros, advogados ou médicos, mesmo com integral dedicação e mérito.

 

As análises de especialistas são sombrias. “Se uma pessoa nasce na favela e sabe que vai ser pobre ou miserável a vida toda, ela pode escolher outros caminhos. Pode ir para a criminalidade, destruindo e desperdiçando chances de um futuro melhor”.

 

As constatações vão ao encontro das observações que temos feito sobre o fato de que a ausência de educação pública de qualidade no Brasil anula quaisquer perspectivas das crianças e jovens de famílias pobres de escaparem da pobreza e sonharem com um futuro melhor. #EducaçãoIntegralJá

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

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