#FuturoMelhor – Sempre comento muito sobre nossa gigantesca
desigualdade social. É um mal secular do Brasil. Segundo a FAO/ONU, em
2020/2021/2022, 61,3 milhões de brasileiros sofreram insegurança alimentar. A
angústia aumenta diante da comprovação de que crianças vivem a total ausência
de esperança num futuro promissor ou estável, apesar de termos um país
maravilhoso e abençoado por Deus.
Estudo inédito mostra que metade dos filhos de pais,
que estão entre os 20% mais pobres do Brasil, permanece nesse mesmo grupo de
renda quando se tornam adultos. Entre os que conseguem escapar da pobreza, o
índice de melhora de vida é extremamente reduzido: só 2,5% conseguem atingir
posições compatíveis dentro da estrutura social e de renda em uma única
geração. É um dos menores índices, comparativamente aos países mais
desenvolvidos. Quando são mulheres, negros e pardos, as chances de saírem da
pobreza é quase nula, ainda mais se são jovens que moram nas regiões Norte e
Nordeste do Brasil.
O economista Breno Sampaio afirma: “Somos uma
sociedade bastante desigual em termos de oportunidades. O esforço não significa
sucesso”. Ele fez estudos baseados no Censo Demográfico, Relação Anual de
Informações da Receita Federal (Rais), Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) e o Cadastro Único de Programas Sociais (Cups). As pesquisas
envolvem filhos de famílias pobres, de 25 a 31 anos de idade, com total
ausência de uma vida digna, não se tratando de uma projeção para crianças de
hoje com futuros ainda mais nebulosos, em razão da concorrência global.
As pesquisas mostram que os jovens de famílias
ricas permanecem ricos, enquanto os de famílias pobres continuam pobres, sem
oportunidades e perspectivas de um futuro digno, reforçando o índice de que
somente 2,5% dos filhos de famílias pobres possuem alguma chance de um futuro
melhor. São quase nulas (0,02%) as chances de se tornarem engenheiros,
advogados ou médicos, mesmo com integral dedicação e mérito.
As análises de especialistas são sombrias. “Se uma
pessoa nasce na favela e sabe que vai ser pobre ou miserável a vida toda, ela
pode escolher outros caminhos. Pode ir para a criminalidade, destruindo e
desperdiçando chances de um futuro melhor”.
As constatações vão ao encontro das observações que
temos feito sobre o fato de que a ausência de educação pública de qualidade no
Brasil anula quaisquer perspectivas das crianças e jovens de famílias pobres de
escaparem da pobreza e sonharem com um futuro melhor. #EducaçãoIntegralJá
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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