Não há como ser indiferente à dor de pessoas em situação de
rua. Em
condições climáticas favoráveis, já vivem um tormento, que se
torna inimaginável no inverno. E impensável, quando o frio vem
associado à chuva. A situação dramática da miséria ganhou um
elemento extemporâneo: a pandemia de Covid-19.
Diante da
tristeza pela dura realidade, destaco a compaixão e solidariedade
que brotam nos corações e alavancam o desejo de contribuir de
alguma forma para reduzir esse flagelo mundial. Estima-se que haja
140 mil pessoas em situação de rua no Brasil, sem incluir a
expansão causada pela pandemia.
Existe um
esforço imensurável do poder público, aliado a instituições da
sociedade civil, voluntários e anônimos, não só para reduzir a
quantidade de flagelados, mas também para proporcionar-lhes um pouco
de conforto, ainda que temporário. Falo dos abrigos públicos
dotados de estrutura para acolher, alimentar e tratar dos
desamparados.
A legislação
proíbe o encaminhamento compulsório de alguém para um abrigo. Ou
seja, mesmo sob risco de morte por exposição ao frio extremo nas
ruas, por exemplo, a pessoa só pode ser removida ao albergue, se
concordar.
Reputo de
fundamental importância estabelecer investimentos anuais maciços,
obrigatórios e permanentes em ações de combate ao flagelo. Seria
preciso um modelo de previsão constitucional, semelhante aos índices
mínimos sobre as receitas correntes líquidas dos entes federativos,
existentes para educação e saúde.
Evidente que não
basta. Políticas públicas autênticas em prol das pessoas
vulneráveis precisam privilegiar o ser humano, com assistência
social focada na promoção, valorização e reinserção
socioeconômica de cada um, a partir da oferta de oportunidades –
de trabalho, de qualificação profissional, de estudos, de vida.
Como no ditado popular: não dê o peixe; ensine a pescar. Isso
implica viabilizar o desenvolvimento econômico para dar
sustentabilidade à promoção humana, com janelas claras para a
inclusão social e no mercado de trabalho.
Estamos às
vésperas das eleições municipais. Analisem profundamente a vida
pregressa dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores,
inclusive de seus familiares e colaboradores próximos. No caso dos
majoritários, pesquisem seus planos de governo e procurem detectar
suas verdadeiras ambições como gestor público.
Peço
que escolham com antecedência, os candidatos que reúnam, de fato,
vocação, talentos e realizações, por menores que sejam, voltados
genuinamente à assistência social sob a ótica da valorização
humana, com ações para reinserção das pessoas mais vulneráveis
no mercado de trabalho e na sociedade. Isso também é ser solidário
e ajudar a cuidar do próximo! #Consciência #PorUmMundoMelhor
Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário