terça-feira, 12 de julho de 2022

Última homenagem

 

#DuraPerda – O ex-1º Ministro do Japão, Shinzo Abe, foi assassinado na quinta-feira (07/07), quando estava no palanque para apoiar seus correligionários do Partido Liberal Democrático, em campanha ao Senado. Foi uma perda profundamente precoce, sentida e lamentável em todos os sentidos, notadamente pela sua enorme liderança, competência e equilíbrio. Há de se perguntar como, num país tido como muito seguro, inclusive, com o total controle sobre armamentos, pode ocorrer um crime de tal ordem?

 

Shinzo Abe, nasceu em 21/09/1954, na capital do Japão, Tóquio, e foi o 1º Ministro mais jovem, após a 2ª Guerra Mundial, e o mais longevo. Seus mandatos foram de 2006/2007 e de 2012/2020, com grande performance governamental pelo Plano Abenomics, com o reerguimento da economia atingida pelo tsunami e desastre nuclear de Fukushima em 2011.

 

Registro, com sentimento de profundo pesar, o falecimento do Premiê Shinzo Abe, fundamentalmente, pelo fato de ter sido um grande amigo do povo brasileiro e apoiador incondicional do Brasil.

 

Aliás, em 2014, quando esteve no Brasil, demonstrou esse sentimento, durante visita à Câmara Federal, em Brasília/DF. Na condição de deputado federal (fev/2011-jan/2015) e presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Japão (deputados federais e senadores), ao lado dos colegas parlamentares e, destacadamente os nikkeys – Keiko Ota, Walter Hiroshi e Luiz Nishimori –, tive  a honra de recepcioná-lo em nome do Congresso Nacional. Quebrando o protocolo, o Premiê me surpreendeu pela total simpatia e humildade, com efusivos abraços de amigos de longa data. Bem-humorado, fez questão de enaltecer a coincidência dos nossos sobrenomes.

 

Sua visita teve como propósito melhorar sobremaneira a relação bilateral Brasil-Japão, alicerçada no fortalecimento mútuo de permutas das commodities (produtos agrícolas e minérios) brasileiras e da superdesenvolvida tecnologia japonesa para agregar valores aos produtos primários, como também no desenvolvimento conjunto da defesa e preservação ambiental.

 

Aproveitei para externar nossa infinita gratidão pelos grandes investimentos proporcionados pelo governo do Japão ao Brasil, como o Programa de Desenvolvimento do Cerrado Brasileiro (Prodecer), em 1950, medida que colocou a nação brasileira no top do agronegócio mundial; a transformação do ferro em aço de 1ª qualidade, por meio do Programa Usiminas; a despoluição da Baía da Guanabara (RJ); o alargamento e aprofundamento da calha do Rio Tietê, no perímetro urbano da Cidade de São Paulo, para acabar com as constantes enchentes; a autossuficiência do Brasil na cultura e produção de maçãs em Santa Catarina; etc...

 

Na ocasião, o 1º Ministro Shinzo Abe declarou: “O Japão e o seu povo é que devem agradecer o Brasil, não só pela consolidada relação bilateral, mas pela amizade que os senhores e senhoras nos conferem, visto que não há preço que pague tamanha amizade fraternal”.

 

Ao sair do Congresso Nacional, o Premiê seguiu para São Paulo, onde foi recepcionado com extrema emoção pelas lideranças das entidades da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social (Bunkyo), Associação das Províncias Japonesas no Brasil (Kenren) e Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo (Enkyo), entre outras.

 

Com profundo respeito à magnífica pessoa e em memória do extraordinário legado do saudoso 1º Ministro do Japão, posto a foto histórica que registra meu encontro com Shinzo Abe, durante visita à Câmara dos Deputados. Descanse em paz, amigo! #CasaCelestial #ÚltimaHomenagem    

 


Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo

 

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