#InternetNoCampo – O Brasil está no rol dos países
considerados em desenvolvimento, apesar do retrocesso sofrido na última década
em todas as áreas, de acordo com especialistas. “Sete em cada 10 propriedades
rurais brasileiras não têm acesso à internet”, como informou a Uol Notícias em
2 de maio. É um caso que merece severa crítica construtiva aos governantes, visto
que o agronegócio prescinde fundamentalmente dos requisitos estruturais,
sobretudo, de comunicação em tempo real.
Esse atraso vai na contramão da importância dos
setores econômicos. Isoladamente, o agronegócio responde por 26,6% do Produto
Nacional Bruto (PIB) do Brasil, segundo dados de 2020 da Confederação Nacional
da Agricultura e Pecuária (CNA). Estudo realizado em 2021 pelo Centro de
Estudos de Economia Agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
de Piracicaba/SP mostra que a cadeia produtiva do agronegócio brasileiro
emprega 19 milhões de pessoas. Somente a agricultura familiar agrega 11,5
milhões de trabalhadores. Portanto, dos 95 milhões de trabalhadores
brasileiros, 30,5 milhões estão na agropecuária. Se a internet chegar ao campo,
aí sim, ninguém segura este Brasil fantástico.
Ainda conforme a Uol, diante das imensas
dificuldades de acesso ao telefone e à internet, um grupo formado por grandes
empresas criou o Conectar Agro. Assim, desde 2019, o projeto leva conexão às
propriedades rurais de diferentes segmentos. Claro, o benefício não abrange nem
0,5% do território nacional, porém, já é um bom começo.
Comungo da total satisfação do povo em relação à
falta de comunicação abrangente e eficiente. Em 1973, ao lado de pequenos
agricultores de Mogi das Cruzes/SP, por meio do Departamento de Água e Energia
Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) e via Banco de Desenvolvimento do Estado
de São Paulo (Badesp), fundei a Cooperativa Rural de Telecomunicações de Mogi
das Cruzes Ltda. Na ocasião, foram instalados 1,2 mil terminais telefônicos em
propriedades rurais de Mogi, Suzano, Biritiba Mirim e Guararema.
Sem palavras para dimensionar a conquista, sou
testemunha presencial do superavanço que beneficiou a região, transformando-a
no mais importante cinturão verde do Brasil.
Há de recordar, também, o benefício ao setor
social, com a inauguração da telefonia rural em 1974 na região. Começaram, via
telefone, os namoros de jovens de
bairros distantes, que acabaram em casamentos. Atualmente, muitos daqueles
casais são avós e bisavós, com a graça de Deus! #VivaAComunicação
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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