#Contaminação – Pesquisa
inédita realizada de março de 2021 a setembro de 2022 pela Escola Nacional de
Saúde Pública Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), junto com outras
renomadas instituições, constatou em 1.010 peixes, consumidos pela população de
seis estados da região amazônica, níveis de contaminação por
mercúrio, metal mortal aos seres vivos, acima do limite aceitável (maior ou igual a 0,5
micrograma por grama), estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em média, o índice
de contaminação encontra-se 21,3% acima do recomendado. A causa é a atividade
de garimpos ilegais que usam o mercúrio para separar o ouro de outros sedimentos
descartáveis.
Para se ter ideia,
no Estado de Roraima, 40% dos peixes analisados possuem índices de mercúrio
superiores ao limite legal. No Amazonas, há cidades em que mais de 50% dos
peixes estão contaminados. Além de Roraima e Amazonas todos os rios do Acre,
Amapá, Pará e Rondônia estão contaminados. As amostras indicam que 80 espécies
de peixes vendidos nos estabelecimentos comerciais desses estados estão
contaminados com o metal.
Os médicos apontam
a gravidade do problema, porque o mercúrio é um elemento metálico tóxico em
razão da capacidade de bioacumulação. Não é eliminado pelo organismo e,
portanto, acumula-se no corpo ao longo da vida. Dentre diversos sintomas, estão
fadiga, falta de sensibilidade nos membros superiores e inferiores, distúrbios
nos sistemas digestivo, nervoso e renal, no fígado, rins e alteração na
coordenação motora, além de quadros psicóticos.
O consumo de água
e dos alimentos contaminados, além do manuseio de mercúrio no ambiente de trabalho,
sem a devida proteção, comprometem a saúde humana e dos animais, levando-os à
morte.
Portanto, além de
cessar desmatamento e queimadas da floresta amazônica, o impedimento imediato
do garimpo ilegal se faz uma necessidade absoluta e prioritária dos poderes
públicos.
Transcrevo o
alerta da Fiocruz sobre a contaminação de mercúrio: “Recomendamos às
autoridades públicas ter maior controle do território amazônico, com efetiva
fiscalização, combate e erradicação do garimpo ilegal em toda sua extensão,
como também sobre quaisquer outras fontes emissoras de mercúrio”. #CriseDoMercurio
(Foto: Fiocruz/UFOPA/Greenpeace/Iepé/ISA/WWF-Brasil/Divulgação)
Junji Abe, produtor e líder rural, é
ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário