#ExpoenteAbolicionista – Permitam-me
lembrar do poeta negro Castro Alves, uma personalidade ímpar que, pelas mãos de
Deus, serviu a uma das mais justas causas da humanidade, os Direitos Humanos.
Um dos principais nomes da literatura brasileira, conhecido como Poeta dos Escravos,
denunciou as crueldades da escravidão em textos poéticos: “Deus! ó Deus! Onde
estás que não responde? / Em que mundo, em qu’estrela tu / escondes /Embuçado
nos céus?”
Apesar de estarmos no século XXI, o
panorama atual, com guerras, violência e exclusões, só trocou de vestimenta com
a época da escravidão. Lamentavelmente, a extrema subserviência aos países
poderosos e desenvolvidos esmaga a maioria das nações e seus povos.
Antônio Frederico de Castro Alves
nasceu em 14 de março de 1847, na cidade de Muritiba/BA, cujo nome foi mudado
para Castro Alves, na Bahia. Desde pequeno, demonstrou paixão pela poesia. Aos
13 anos, recitou seu primeiro texto em público, durante evento na escola. Após
mudar para Recife/PE, junto com a família, ele se preparou para ingressar na
faculdade de Direito. Foi um período riquíssimo em participações nos grandes
momentos históricos. Chegou a fundar uma sociedade abolicionista, em companhia do
grande escritor, também poeta, o abolicionista Rui Barbosa e outros intelectuais
da época.
Depois de concluir a graduação na
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, Castro Alves começou
a publicar suas poesias, galgando relevância nacional. Veio a morte prematura,
com apenas 24 anos, no dia 6 de julho de 1871, em Salvador/BA, que interrompeu
seu grandioso futuro. Mesmo assim, ele deixou um precioso e inigualável legado
no campo da literatura brasileira.
Poemas de amor, como “Boa Noite” e “Adormecida”,
e textos sobre direitos humanos e liberdade como “Ode ao Dois de Julho”, referência
à data cívica da independência da Bahia contra a ditadura imperial portuguesa,
são obras imortais. Contudo, o tema principal de suas obras foi o
abolicionismo, com criações como “Vozes d’África” e “Navio Negreiro”, e obras
publicadas em 1883 no livro “Os Escravos”, 12 anos após sua morte. As obras
abolicionistas do jovem continuam relevantes, visto que a sociedade atual, com
seus modos de exclusão, intolerância, preconceito e violência racista, é
semelhante à da época da escravidão.
Castro Alves é considerado uma das
figuras mais proeminentes do Movimento Romântico. Com a poesia, levantou
questões sociais de sua época, defendendo as grandes causas da liberdade,
direitos e justiça, expondo a crueldade da escravidão. Enfim, dando ao
romantismo um caráter social e revolucionário. #PoetaDosEscravos
(Imagem: Observatório do Terceiro Setor/Reprodução)
Junji
Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São
Paulo
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